Há algum tempo não lia um livro em que no início tinha a frase: “era uma vez”. Sinceramente, fazia um bom tempo que não lia algo tão fantasioso e sabe de uma coisa, foi bom! Às vezes precisamos sair da real, acreditar em mundos escondidos e secretos. Isso nos ajuda a levantar a cabeça e começar tudo de novo. Não que os dias estejam tão terríveis assim. Não, não é isso. O fato é que em alguns momentos nos sufocamos tanto na realidade, nos esquecemos tanto da capacidade de sonhar que é preciso “fugir”. É preciso, pelo menos, tentar. Não é necessário ser um conto de fadas, com príncipe encantado, loiro e esbelto. Pode ser um mundo gelado, com anões, castores e faunos.
Àqueles que quiserem se arriscar nessa busca, a dica é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, de Clive S. Lewis. Realmente, nada parecido com histórias da Bela Adormecida ou Chapeuzinho Vermelho. Curioso? Então, abra a porta do guarda-roupa e sinta o ar frio que vem de dentro. Ainda não? Entre nele, não tenha medo. Sentiu? Agora abra os olhos e veja a floresta, árvores de tipos incontáveis, pássaros e animais. Tudo demasiadamente diferente do que você costuma ver e sentir.
Tudo isso foi descoberto por Pedro, Suzana, Edmundo e Lúcia, os quatro irmãos da história em questão. Eles fugiram das bombas da Segunda Guerra Mundial. Fugiram delas sem saber ao certo o porquê elas caíam e, de repente, encontraram um guarda-roupa mágico. Quando eles ali entraram, pensei: e nós, onde devemos nos esconder? Se nos escondermos, alguém sentirá falta ou também aqui o tempo demorará a passar como na história do livro? O que encontraremos do outro lado? O que estamos dispostos a encontrar, afinal?
Certamente, a resposta não surge de imediato. É preciso despertar a imaginação e isso demanda tempo e coragem. Embora, sejamos extremamentes curiosos e imaginativos, a força do hábito nos leva à terrível mania de coordenar até mesmo os pensamentos que poderiam nos libertar. Mas, voltando ao guarda-roupa e às naftalinas, o mais difícil quando pensamos em fugir é saber do que fugimos. Do que temos medo? Eles corriam da guerra, e nós?
Olho para o meu roupeiro e penso se ali seria capaz de ver tudo o que eles viram... Penso se ainda sou capaz de imaginar. Será?
Lembro, então, que o pior dos medos é aquele que sentimos em relação ao futuro. Do futuro que não sabemos nem se vamos viver, pois as perspectivas para a continuação da vida na Terra não são nada esperançosas e não falamos aqui apenas das questões ambientais. Falamos da escassez da “humanidade”, do “ser humano” em tudo o que a palavra possa significar. Desses que sentem, choram e lutam não apenas por si mesmo, mas que veem a vida como o conjunto que é. As disputas (econômicas e de ego) nos levam a um colapso generalizado. Um grande e poderoso estado caótico tende a figurar e, então, o que faremos? Não sei a resposta (e tenho medo dela também), mas a porta do guarda-roupa deixei aberta.
Boa Leitura!
Àqueles que quiserem se arriscar nessa busca, a dica é “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, de Clive S. Lewis. Realmente, nada parecido com histórias da Bela Adormecida ou Chapeuzinho Vermelho. Curioso? Então, abra a porta do guarda-roupa e sinta o ar frio que vem de dentro. Ainda não? Entre nele, não tenha medo. Sentiu? Agora abra os olhos e veja a floresta, árvores de tipos incontáveis, pássaros e animais. Tudo demasiadamente diferente do que você costuma ver e sentir.
Tudo isso foi descoberto por Pedro, Suzana, Edmundo e Lúcia, os quatro irmãos da história em questão. Eles fugiram das bombas da Segunda Guerra Mundial. Fugiram delas sem saber ao certo o porquê elas caíam e, de repente, encontraram um guarda-roupa mágico. Quando eles ali entraram, pensei: e nós, onde devemos nos esconder? Se nos escondermos, alguém sentirá falta ou também aqui o tempo demorará a passar como na história do livro? O que encontraremos do outro lado? O que estamos dispostos a encontrar, afinal?
Certamente, a resposta não surge de imediato. É preciso despertar a imaginação e isso demanda tempo e coragem. Embora, sejamos extremamentes curiosos e imaginativos, a força do hábito nos leva à terrível mania de coordenar até mesmo os pensamentos que poderiam nos libertar. Mas, voltando ao guarda-roupa e às naftalinas, o mais difícil quando pensamos em fugir é saber do que fugimos. Do que temos medo? Eles corriam da guerra, e nós?
Olho para o meu roupeiro e penso se ali seria capaz de ver tudo o que eles viram... Penso se ainda sou capaz de imaginar. Será?
Lembro, então, que o pior dos medos é aquele que sentimos em relação ao futuro. Do futuro que não sabemos nem se vamos viver, pois as perspectivas para a continuação da vida na Terra não são nada esperançosas e não falamos aqui apenas das questões ambientais. Falamos da escassez da “humanidade”, do “ser humano” em tudo o que a palavra possa significar. Desses que sentem, choram e lutam não apenas por si mesmo, mas que veem a vida como o conjunto que é. As disputas (econômicas e de ego) nos levam a um colapso generalizado. Um grande e poderoso estado caótico tende a figurar e, então, o que faremos? Não sei a resposta (e tenho medo dela também), mas a porta do guarda-roupa deixei aberta.
Boa Leitura!