Há alguns dias passamos a desfrutar do horário de verão. Dias mais longos, noites mais curtas; o sol e o calor. Com a chegada da estação mais quente do ano, mudamos alguns hábitos; aproveitamos mais o tempo em que o sol brilha; e passamos, então, a adquirir o tal “espírito do verão”. É sempre assim: a cada ano, o horário novo vem, muda; uns reclamam, outros aprovam e seguimos em frente, vivendo de maneira corrida o pouco tempo que temos.
Indiferente de que horas sejam agora, a sensação é como se nunca fizéssemos tudo o que é preciso; como se não fosse dar tempo para realizar algumas tarefas; como se perdêssemos tempo a cada minuto que paramos no semáforo à espera do sinal verde. E quando ele “abre”, corremos pela faixa de pedestre; corremos para chegar a tempo do elevador; corremos para alcançar o ônibus; o mercado aberto; a fila do cinema. Andamos contra o tempo a fim de conseguirmos o que tanto desejamos e, no entanto, que ironia, quando mais corremos contra ele, menos tempo temos.
Assim é para a maioria. Mas há também aqueles que acreditam na continuidade; na extensão de uma vida. Um tema melindroso, afinal fala-se de crenças e por isso muito bom senso nas palavras, por favor! Palavras estas colocadas com todo o cuidado no livro “Duas vidas, o encontro de uma mulher”, de Bertha Andrade Vidili. O livro traz um romance espírita que narra a história de uma mulher. Como é apresentado no prefácio da obra, “na primeira parte ela é Gwen, uma camponesa dos Aples suíços. [...] Na segunda, é Natália, a filha de um senhor de engenho do Recôncavo baiano”. A história de Gwen se passa no século XVI e a de Natália no século XVIII. As duas compartilham de uma vida em comum, com cenários e universos culturais distintos, no entanto com o mesmo espírito.
Poderíamos assim dizer que são dois romances, mas, na verdade, é um só. A mesma mulher, os mesmos conflitos, amores, desilusões e desafios; ou como diz a autora, “a mesma mulher vivendo temas existenciais que se repetem”. Para aqueles que não acreditam em espiritismo, fica a mensagem de uma vida com ponto final. Àqueles que compartilham da doutrina, o sentimento de que a vida continua, mesmo que de maneira não linear. Talvez por isso, de alguma forma, essas duas crenças acabem por se cruzar. Indiferente se continuamos em outros tempos, as palavras que não foram ditas a um bom amigo, não serão mais apresentadas. Não com o sentimento que, por pressa ou ingenuidade, deixamos para depois. “Duas vidas” é mais que um romance. É um bom momento para analisar o que se faz; aguçar a sensibilidade e respeitar o próximo.
Boa leitura!
Indiferente de que horas sejam agora, a sensação é como se nunca fizéssemos tudo o que é preciso; como se não fosse dar tempo para realizar algumas tarefas; como se perdêssemos tempo a cada minuto que paramos no semáforo à espera do sinal verde. E quando ele “abre”, corremos pela faixa de pedestre; corremos para chegar a tempo do elevador; corremos para alcançar o ônibus; o mercado aberto; a fila do cinema. Andamos contra o tempo a fim de conseguirmos o que tanto desejamos e, no entanto, que ironia, quando mais corremos contra ele, menos tempo temos.
Assim é para a maioria. Mas há também aqueles que acreditam na continuidade; na extensão de uma vida. Um tema melindroso, afinal fala-se de crenças e por isso muito bom senso nas palavras, por favor! Palavras estas colocadas com todo o cuidado no livro “Duas vidas, o encontro de uma mulher”, de Bertha Andrade Vidili. O livro traz um romance espírita que narra a história de uma mulher. Como é apresentado no prefácio da obra, “na primeira parte ela é Gwen, uma camponesa dos Aples suíços. [...] Na segunda, é Natália, a filha de um senhor de engenho do Recôncavo baiano”. A história de Gwen se passa no século XVI e a de Natália no século XVIII. As duas compartilham de uma vida em comum, com cenários e universos culturais distintos, no entanto com o mesmo espírito.
Poderíamos assim dizer que são dois romances, mas, na verdade, é um só. A mesma mulher, os mesmos conflitos, amores, desilusões e desafios; ou como diz a autora, “a mesma mulher vivendo temas existenciais que se repetem”. Para aqueles que não acreditam em espiritismo, fica a mensagem de uma vida com ponto final. Àqueles que compartilham da doutrina, o sentimento de que a vida continua, mesmo que de maneira não linear. Talvez por isso, de alguma forma, essas duas crenças acabem por se cruzar. Indiferente se continuamos em outros tempos, as palavras que não foram ditas a um bom amigo, não serão mais apresentadas. Não com o sentimento que, por pressa ou ingenuidade, deixamos para depois. “Duas vidas” é mais que um romance. É um bom momento para analisar o que se faz; aguçar a sensibilidade e respeitar o próximo.
Boa leitura!