Quantas vezes você vai ao mercado e compra algo mofado? Isso mesmo, um “bolorzinho”, pequeno que seja, interfere no seu poder de escolha? Pois não interfere no texto de Caio Fernando Abreu, do qual, afinal, é a base.
O livro “Morangos Mofados”, de C. F. A, é dividido em três partes (o mofo, morangos e morangos mofados), e constitui-se de histórias que vão da ditadura militar, à repressão à liberdade e ao direito de opinião, a sentimentos rejeitados pela sociedade e reprimidos nos indivíduos e, também, a esperança oferecida aos personagens, que encontram um sentido para viver. A luta, a reclusa e o medo, integrantes da primeira parte do livro, dão espaço à aceitação e realização de desejos na segunda, que encontra a sua felicidade numa terceira parte.
Como se fosse um romance, os contos de C.F.A. enlaçam dor, esperança, medo, insatisfação, prazer e amor. Por vezes, tudo parece fazer parte de uma história só, mas não. Cada conto, uma história; cada história, o retrato de uma gente que sente, que imagina e que sofre. A sensibilidade para fazer aflorar uma imensidão de “coisas” numa pessoa só, faz de Caio Fernando Abreu referência quando o assunto é texto bem escrito, inteligência e perspicácia.
Mas é mais que isso. E, talvez por isso, eu peque (assim como devo ter pecado em outros textos) por não apresentar a grandeza do material que te espera caso você aceite essa dica e se debruce sobre a obra. “Morangos Mofados” é maior do que isso; é melhor do que se pode descrever em algumas poucas linhas, e é, antes de mais nada, um convite ao deleite.
Caso você não tenha medo do gosto de mofo que pode içar em sua boca, se arrisque; engula, deguste e aprecie umas das melhores obras brasileiras. Até porque, o mofo não está apenas na boca; é mais presente do que gostaríamos, ou não.
Boa leitura e até a próxima semana!
O livro “Morangos Mofados”, de C. F. A, é dividido em três partes (o mofo, morangos e morangos mofados), e constitui-se de histórias que vão da ditadura militar, à repressão à liberdade e ao direito de opinião, a sentimentos rejeitados pela sociedade e reprimidos nos indivíduos e, também, a esperança oferecida aos personagens, que encontram um sentido para viver. A luta, a reclusa e o medo, integrantes da primeira parte do livro, dão espaço à aceitação e realização de desejos na segunda, que encontra a sua felicidade numa terceira parte.
Como se fosse um romance, os contos de C.F.A. enlaçam dor, esperança, medo, insatisfação, prazer e amor. Por vezes, tudo parece fazer parte de uma história só, mas não. Cada conto, uma história; cada história, o retrato de uma gente que sente, que imagina e que sofre. A sensibilidade para fazer aflorar uma imensidão de “coisas” numa pessoa só, faz de Caio Fernando Abreu referência quando o assunto é texto bem escrito, inteligência e perspicácia.
Mas é mais que isso. E, talvez por isso, eu peque (assim como devo ter pecado em outros textos) por não apresentar a grandeza do material que te espera caso você aceite essa dica e se debruce sobre a obra. “Morangos Mofados” é maior do que isso; é melhor do que se pode descrever em algumas poucas linhas, e é, antes de mais nada, um convite ao deleite.
Caso você não tenha medo do gosto de mofo que pode içar em sua boca, se arrisque; engula, deguste e aprecie umas das melhores obras brasileiras. Até porque, o mofo não está apenas na boca; é mais presente do que gostaríamos, ou não.
Boa leitura e até a próxima semana!
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