7.22.2009

Em legítima defesa


Algumas pessoas devem ter o que um bom amigo meu chama de “estrela”. Pessoas que parecem estar sob a luz de algo muito maior que as orienta em direção aos bons caminhos que a vida pode oferecer, seja na vida profissional, amorosa ou social. Pessoas assim, de acordo com a presente definição, não são facilmente encontradas. Existe uma entre dez (talvez mais, talvez menos). São daquele tipo que você percebe na hora que tem algo a mais. O mérito da “estrela” ainda não foi descoberto, enquanto isso julga-se que seja algo totalmente involuntário ao querer ou não do indivíduo que a carrega.
No entanto, tal como existem pessoas com uma “estrela” existem outras que parecem ter nascido para ofuscar. Pessoas que não contentes com suas próprias obrigações e deveres, intermeiam outras realidades e colocam ali uma nuvem: escura e pesarosa. Pessoas como a esposa do bom fidalgo, protagonista da história de Daniel Defoe, “Em legítima defesa”. Ela, atual esposa do fidalgo, faz de tudo para que ele atenda a seus pedidos e assim esqueça as próprias vontades, ora por cansaço ora por tamanha obstinação da mulher. Dessas pessoas, não precisamos nem falar muito, todos conhecem alguém que se encaixe nas definições.
Mas, afinal, há pessoas de todos os tipos. Sem contar aqueles que fingem ser o que sequer sabem fingir. E ao cairmos nessa discussão de “biotipo estrelar”, entramos (quase automaticamente) no assunto que diz respeito às ações destes indivíduos. Algumas das quais nos levam à beira de desacreditar naquela esperança que mantém de pé sonhos e intenções. Esperança de encontrar o seu lugar; fazer um bom trabalho; conviver e conhecer pessoas especiais. Esperança que faz com que absurdos sejam, então, tomados como verdade, mesmo que por fim, façam parte de uma realidade bem mais fria e desajeitosa. Uma realidade que não cansamos de imaginar como um sonho. Destes como o que alertou o fidalgo a não tomar uma atitude que fosse contra sua consciência. Funcionou com ele que ainda tem consciência para pesar. Mas, claro, coisa de poucos. Como as estrelas.


Boa leitura!

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