O fato de conhecermos algumas coisas não nos dá autoridade para que dela falemos sem medo de errar. Esses “equívocos” podem acontecer em textos (como este), em falas e, claro, em “fatos da vida real”. Aliás, é nessa que geralmente mais tropeçamos naquilo que “poxa vida, eu jurava que ia dar certo”.
Pois é... nem sempre esse “certo” acontece e aí, o que fazer? “Nada!”, talvez seja a melhor resposta; ou “Tudo!”, dependendo de a quantos volts você está ligado. É, talvez esse texto seja a prova viva de que o erro acontece (principalmente para aqueles que falam dele). Mas, ainda assim me arrisco. Por dois motivos: primeiro porque falando em relações humanas todos podemos errar/acertar ou os dois juntos. Em relacionamentos tudo pode acontecer, inclusive quando ninguém poderia imaginar. E segundo, não menos importante, porque fui induzida a tal, através do livro “Estranhos no Paraíso”, de Olsen Jr.
Na obra, o escritor catarinense fala sobre a vida de uma família: pai, mãe, filho e filha. Cada um deles com a sua percepção sobre a realidade que todos desfrutam: o pai, que desistiu de alguns sonhos por perceber que a utopia não o tinha levado a lugar algum; a mãe por se imaginar louca e, então, louca ficar; a filha por tentar fazer de conta que apenas uma viagem seria capaz de fazê-la esquecer de tudo o que não vive; e o filho, músico, que sofre de uma doença ainda desconhecida na década de 60. É assim, depois de um dia de relatos e confissões, que conhecemos estes quatro brasileiros que se percebem estranhos num paraíso por eles mesmo criado.
Mas, antes que se possa pensar que o livro traz apenas um diário de uma família infeliz, é preciso dizer que, além disso, o autor nos fala de contestação. A contestação vista (ou sentida, como achar melhor) de diferentes ângulos e, principalmente, o que é feito dela. Aproveitando o período político pela qual o país passa na época, os desejos, aflições, sonhos e lutas, o autor comenta sobre essa contestação tão banal que é dizer “não”. Não apenas por dizer, mas por sentir, por querer, por viver. E, mais incrível ainda, dizer “não” para, no fundo, dizer um “sim” ainda mais fervoroso pelo que se conquistou do “não”.
É destes estranhos de que fala Olsen Jr. Desses que dizem não pra ter um sim. E que, por mais absurdo que possa parecer, muitas vezes sofrem e esbravejam em sua forma de luta. Aqueles que não concordam com tudo; que não aceitam, simplesmente; aqueles que dizem o “não” a alguma coisa para que isso possa representar um “sim” para outra. Quase que brincando com as palavras, compreendemos como isso nos diz coisas importantes; dessas que nem sempre percebemos e que, às vezes, sequer nos damos conta. Dessas que costumamos a dizer sim, por ser mais rápido, cômodo e prático, sem ao menos arriscar um não. Um não como esse que me fez acreditar ser possível escrever sobre sim e não, mesmo morrendo de medo de errar e (aff!) perceber que sempre falamos e nunca dizemos nada.
Boa leitura!
Pois é... nem sempre esse “certo” acontece e aí, o que fazer? “Nada!”, talvez seja a melhor resposta; ou “Tudo!”, dependendo de a quantos volts você está ligado. É, talvez esse texto seja a prova viva de que o erro acontece (principalmente para aqueles que falam dele). Mas, ainda assim me arrisco. Por dois motivos: primeiro porque falando em relações humanas todos podemos errar/acertar ou os dois juntos. Em relacionamentos tudo pode acontecer, inclusive quando ninguém poderia imaginar. E segundo, não menos importante, porque fui induzida a tal, através do livro “Estranhos no Paraíso”, de Olsen Jr.
Na obra, o escritor catarinense fala sobre a vida de uma família: pai, mãe, filho e filha. Cada um deles com a sua percepção sobre a realidade que todos desfrutam: o pai, que desistiu de alguns sonhos por perceber que a utopia não o tinha levado a lugar algum; a mãe por se imaginar louca e, então, louca ficar; a filha por tentar fazer de conta que apenas uma viagem seria capaz de fazê-la esquecer de tudo o que não vive; e o filho, músico, que sofre de uma doença ainda desconhecida na década de 60. É assim, depois de um dia de relatos e confissões, que conhecemos estes quatro brasileiros que se percebem estranhos num paraíso por eles mesmo criado.
Mas, antes que se possa pensar que o livro traz apenas um diário de uma família infeliz, é preciso dizer que, além disso, o autor nos fala de contestação. A contestação vista (ou sentida, como achar melhor) de diferentes ângulos e, principalmente, o que é feito dela. Aproveitando o período político pela qual o país passa na época, os desejos, aflições, sonhos e lutas, o autor comenta sobre essa contestação tão banal que é dizer “não”. Não apenas por dizer, mas por sentir, por querer, por viver. E, mais incrível ainda, dizer “não” para, no fundo, dizer um “sim” ainda mais fervoroso pelo que se conquistou do “não”.
É destes estranhos de que fala Olsen Jr. Desses que dizem não pra ter um sim. E que, por mais absurdo que possa parecer, muitas vezes sofrem e esbravejam em sua forma de luta. Aqueles que não concordam com tudo; que não aceitam, simplesmente; aqueles que dizem o “não” a alguma coisa para que isso possa representar um “sim” para outra. Quase que brincando com as palavras, compreendemos como isso nos diz coisas importantes; dessas que nem sempre percebemos e que, às vezes, sequer nos damos conta. Dessas que costumamos a dizer sim, por ser mais rápido, cômodo e prático, sem ao menos arriscar um não. Um não como esse que me fez acreditar ser possível escrever sobre sim e não, mesmo morrendo de medo de errar e (aff!) perceber que sempre falamos e nunca dizemos nada.
Boa leitura!
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