9.11.2009

A lei da vida


Todos são regidos por uma lei. Há quem siga a ordenada por Deus e outros as instituídas pelos próprios homens. Através delas, comunidades são organizadas e passam, então, a ser reguladas em prol de objetivos comuns e coletivos.
Leis são, por assim dizer, normas que seguimos para manter um bom convívio com os outros. Da lei de Deus, além dessa “organização”, busca-se respostas e caminhos espirituais. Já a lei dos homens se detém ao cotidiano.
Acima dessas duas leis existe ainda “A lei da vida”; que dita histórias e a sequência que daremos para as próximas escolhas. Na lei da vida muita coisa pode ser alterada através daquilo que chamamos de destino; porém uma coisa é certa, ela tem início, meio e fim. E disso ninguém pode fugir. Acontece que alguns aceitam melhor esse caminho. Outros lutam e esbravejam pensando poder alterar. Impossível!
A lei da vida é incontestável e inexplicavelmente autônoma. Independe daquilo que queremos, desejamos ou planejamos. No máximo, o que se pode fazer é adiantar algo que é certo na história de todos: a morte.
Para ela que somos preparados e para ela que caminhamos. Às vezes isso parece longínquo e vago. Parece! A morte é fato para todos e por isso causa tamanho estranhamento. (Arrisco dizer que) Não há, além da morte, algo que cause tamanha incerteza na vida do ser humano. Mesmo que tenhamos nascidos para morrer, não aceitamos e tornamos esse ato, comum a todos, como um grande mal; motivo para pesadelo e tormento. Não agimos como o velho Koskoosh. Ele que das vistas não tira mais nada e só escuta ansioso o tempo passar. Ele sabe do seu caminho, sabe de como tudo terminará e não luta. Espera. Paciente se deixa ficar sob a boca de lobos ao lado de um fogo que, pelo frio, já se fez morrer.
Koskoosh, protagonista do conto de Jack London, nos mostra uma realidade que fingimos esquecer. Isso porque também ele não passa de um episódio; assim como todos, um episódio da vida. É por tal razão que passamos e tudo fica. Afinal, se fôssemos tão importantes (ou insubstituíveis) como nos julgamos ser, nada ficaria igual após partimos. No entanto, lá estará o ponteiro do relógio correndo, as nuvens brincando de animais indecifráveis, o vento a carregar as folhas e os maços de cigarros vazios caídos na rua; a comida sendo preparada; os planos de outros construídos; um novo espetáculo a cada segundo. Uma peça que cada um encena como pode. Alguns com mais vivacidade e outros esperando apenas pelo som final; pelo último resquício de frio que o corpo é capaz de aguentar até que, entregue, cumpra o seu verdadeiro papel: morrer.


Boa Leitura!

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