Se existe algo que nunca cessará o diálogo, podemos dizer que isso se dá com os assuntos que dizem respeito à satisfação. Poucos são aqueles que sentem-se plenamente (digo, plenamente) satisfeitos com tudo o que tem; que não deixam escapar sequer um ruído de “reclamação” sobre o que lhe acontecem e, ainda, no fim de um dia cansativo expressam aquele sorriso no rosto. Ahhh, como são poucos! São poucos por que são humanos. Desses difíceis de descrever, entender ou explicar.
Desses que diferem daqueles que desejam insaciavelmente conquistar algo e quando o fazem, sentem-se vazios; sem rumo; incapazes de apaziguar os pensamentos inquietos e persistentes. Há quem justifique isso pelo fato de gozarmos mais a busca do que a conquista em si. E não falamos apenas de relações amorosas não. Mas de todas as buscas traçadas diariamente.
Lutamos, todos os dias, para desempenhar um bom papel e, de repente, quando a missão parece cumprida vem vindo uma sensação de que voltamos à estaca zero. Como se nada tivesse sido feito, mergulhamos na incerteza de não saber o que fazer.
Tudo bem, nem todas as pessoas parecem ser assim. Até porque, ao falar de comportamento humano é preciso, sempre, fazer ressalvas. Afinal, cada um foi criado de uma maneira, com limitações e liberdades; oportunidades e necessidades diferentes. Mas de maneira geral, em conversas de bar, emails, msn, pessoas desabafam a angustia de sentir-se assim, sem saber o que fazer quando o entusiasmo se vai.
Há quem sugira que isso vá além da escolha e decisão daqueles que sentem o vazio; como se o sujeito nascesse com ou sem “aquilo”. Como se, ainda pequeninos, recebêssemos um dom que nortearia nossa caminhada. Talvez por isso, Charles Baudelaire fale das fadas e os dons que elas transmitem. Para aqueles que acreditam, a dica é “Os dons das fadas”. Um pequeno conto que, de maneira sucinta, revela um dos dias em que, atordoadas, as fadas estavam terrivelmente atarefadas na entrega dos dons a crianças recém nascidas. Ao término do dia, ainda restava um sujeito que não havia recebido dádiva alguma. Então, a ele foi concedido um dom, pouco usual; desses que se originam na imaginação fértil que só às fadas são permitidos.
O sujeito recebeu-o, até porque um dom é intransferível e impossível de renegar. Aceitou-o. Hoje seu filho carrega por aí a maestria de agradar. Há quantos outros esse mesmo dom foi concedido nunca há de se saber. No entanto, podemos arriscar afirmar que talvez esteja nos dons, então, a explicação para a insatisfação. Quem sabe tenhamos nós recebido a dádiva de ser insaciáveis. Talvez... Talvez, também, tenhamos o dom de nos desiludirmos com falsas explicações e justificativas grotescas transmitidas a canal aberto; sem censura; que bate a porta todos os dias no horário nobre e que nós, tolos, aceitamos porque a isso é que fomos preparados.
Boa leitura!
Desses que diferem daqueles que desejam insaciavelmente conquistar algo e quando o fazem, sentem-se vazios; sem rumo; incapazes de apaziguar os pensamentos inquietos e persistentes. Há quem justifique isso pelo fato de gozarmos mais a busca do que a conquista em si. E não falamos apenas de relações amorosas não. Mas de todas as buscas traçadas diariamente.
Lutamos, todos os dias, para desempenhar um bom papel e, de repente, quando a missão parece cumprida vem vindo uma sensação de que voltamos à estaca zero. Como se nada tivesse sido feito, mergulhamos na incerteza de não saber o que fazer.
Tudo bem, nem todas as pessoas parecem ser assim. Até porque, ao falar de comportamento humano é preciso, sempre, fazer ressalvas. Afinal, cada um foi criado de uma maneira, com limitações e liberdades; oportunidades e necessidades diferentes. Mas de maneira geral, em conversas de bar, emails, msn, pessoas desabafam a angustia de sentir-se assim, sem saber o que fazer quando o entusiasmo se vai.
Há quem sugira que isso vá além da escolha e decisão daqueles que sentem o vazio; como se o sujeito nascesse com ou sem “aquilo”. Como se, ainda pequeninos, recebêssemos um dom que nortearia nossa caminhada. Talvez por isso, Charles Baudelaire fale das fadas e os dons que elas transmitem. Para aqueles que acreditam, a dica é “Os dons das fadas”. Um pequeno conto que, de maneira sucinta, revela um dos dias em que, atordoadas, as fadas estavam terrivelmente atarefadas na entrega dos dons a crianças recém nascidas. Ao término do dia, ainda restava um sujeito que não havia recebido dádiva alguma. Então, a ele foi concedido um dom, pouco usual; desses que se originam na imaginação fértil que só às fadas são permitidos.
O sujeito recebeu-o, até porque um dom é intransferível e impossível de renegar. Aceitou-o. Hoje seu filho carrega por aí a maestria de agradar. Há quantos outros esse mesmo dom foi concedido nunca há de se saber. No entanto, podemos arriscar afirmar que talvez esteja nos dons, então, a explicação para a insatisfação. Quem sabe tenhamos nós recebido a dádiva de ser insaciáveis. Talvez... Talvez, também, tenhamos o dom de nos desiludirmos com falsas explicações e justificativas grotescas transmitidas a canal aberto; sem censura; que bate a porta todos os dias no horário nobre e que nós, tolos, aceitamos porque a isso é que fomos preparados.
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