Na maioria das vezes, quando somos questionados sobre algumas coisas buscamos, da melhor maneira possível, responder de imediato e com alguma certeza. Mas, e se lhe perguntasse qual é a cor do amor, por exemplo, o que me responderia? Ou, qual é a cara da morte? Paciente, injusta, pálida, cruel, taciturna? Qual é a cara da morte?! Talvez a resposta esteja nas mãos de um poeta.
Um poeta chamado Cazuza, que não tardou em dizer que a cara da morte estava viva. Viva a ponto de levá-lo para junto de si. E, assim, o poeta se foi. Mas, deixou a quem quer que deseje ouvir verdadeiros poemas transcritos em notas musicais de sentimentos rebeldes, apaixonados e, também, sedutores.
Carinhoso e desafiador. Sensível e ousado. Assim é descrito Cazuza em “Só as mães são felizes”, um depoimento de Lucinha Araújo à jornalista Regina Echeverria. No livro, é possível conhecer não só o poeta, mas o menino, o garoto que queria mudar o mundo. Um menino que buscava uma ideologia capaz de fazê-lo viver; que o permitisse sentir o prazer do risco da vida; de sentir o prazer do rock’n roll. No livro, não conhecemos apenas o “ídolo” Cazuza, conhecemos o “Caju” sedutor, apaixonado, frágil e inquieto. Cazuza afrontou, com suas letras e músicas, uma década de 80 conservadora, autoritária e hipócrita e se entregou ao mundo.
Este mesmo poeta seguiu a sua estrela, o seu brinquedo de estar. Continuou inquieto, descobrindo que país é esse e pedindo para que o Brasil mostrasse a sua cara. O Brasil não mostrou, mas ele sim. Em 1990, vimos o Cazuza nu, envolto apenas pela luta de viver, de gozar um pouquinho a mais os acasos desta vida “tão desconhecida e mágica”. Nem que para isso fosse preciso fantasiar “segredos ao ponto aonde se quer chegar”.
Incontáveis são as frases de Cazuza que poderiam ser aqui citadas. Incontáveis também são os sentimentos que transpiram a cada fala, a cada toque, a cada som dos amores inventados por ele.
Talvez, por tantos atributos, seja possível dizer que o poeta não morreu. Ficou na lembrança. O ousado sedutor. O sensível atrás de amor, prazer e liberdade. É por este Cazuza que Lucinha Araújo diz: “nem todas as mães são felizes”.
Boa Leitura!
“O corpo fala”
Olho para o lado, tem uma pessoa na fila de espera. Ela parece tensa. Mexe no cabelo, balança o pé num ritmo simétrico. Enquanto aguardo a minha chamada fico imaginando o que esta pessoa está sentindo: medo? Ansiedade? Desejo? Nostalgia? O que passa na cabeça deste indivíduo? Nesse momento, paro e penso: será que estes sinais (mexer no cabelo, balançar o pé...) realmente revelam alguma informação? Os autores Pierre Weil e Roland Tompakow afirmam que sim. Existe muita informação transmitida pela linguagem do corpo. No livro “O corpo fala: a linguagem silenciosa da comunicação não-verbal” conhecemos um corpo que irradia informações, por vezes inconscientes. O corpo revela a todos os instantes aquilo que nem sequer falamos ou mesmo desejamos pensar. E, de repente, como algo automático, lá estão eles, carregados de significação. Às vezes os sinais são tão discretos que só uma pessoa muito atenta pode perceber. Outros, no entanto, saltam aos olhos. Mas, o que nos falta, além de percebê-los, é entender o que essa linguagem quer nos dizer. De maneira descontraída os autores tentam nos “abrir os olhos” para estas manifestações corporais. São dicas que nos levam a conhecer outro lado da comunicação. É o roer de unha, o trançar o cabelo, um corpo inclinado, outro retraído, a boca que se movimenta, as mãos no bolso (para eles), as mãos no cabelo (para elas), enfim, cada um destes movimentos dizem algo mais que nossos olhos não vêem. Primeiro os autores nos levam a conhecer separadamente cada parte do corpo: a águia (cabeça), o tigre (tronco) e o boi (membros inferiores). Tendo em mente esta divisão, passamos a conhecer alguns sinais, como por exemplo: quando um casal está sentado, um ao lado do outro, e os pés e joelhos estão virados no mesmo sentido significa a afirmação de que estão realmente unidos; e quando estamos tristes e nos colocamos a chorar sentadas num canto, encolhidas, o que significa? Isso demonstra, segundo os autores, um sentimento de desproteção, ou “ainda não nasci”: preciso de atenção; o ato de roer unhas, tão comum e inevitável para algumas pessoas, significa nada mais que “estou me roendo por dentro”. Muitas vezes acontece que, numa conversa, não podemos ou não queremos externar nossos sentimentos. Isso também é expresso pelo corpo: lábios presos significa: prefiro não me comunicar; lábios presos entre os dentes: não quero entrar nessa conversa; mão escondendo a boca: um sinal para esconder a indecisão de falar. Estas e muitas outras explicações de como se mostra nossa linguagem não-corporal pode ser aprendida em uma leitura rápida, de fácil acesso e instigante. Quando menos percebemos estamos loucos de vontade de imaginar o que esses sinais significam e passamos, então, a observar com outros olhos as coisas que acontecem ao nosso redor.
Boa Leitura!
“A cidade do sol”
Quando ouvimos falar em guerra nos surge uma vaga idéia de cidades destruídas, famílias separadas e um futuro incerto. Assim são nossas concepções sobre guerras, geralmente distantes. Distantes o suficiente para que possamos continuar nossas vidas do mesmo jeito, com a mesma rotina. Mas a guerra pode mudar e muito a vida daqueles atingidos por suas mãos cálidas e impiedosas. E, é por estas falamos sobre “A cidade do sol”, de Khaled Hosseini, lançado no ano de 2007. O livro apresenta um retrato da vida em guerra no Afeganistão, desde 1980 aos anos de 2003, tratando também da questão dos refugiados afegãos que se instalam em regiões vizinhas como o Paquistão e o Irã.
É essa guerra que mudou a vida de Mariam. Uma pessoa que desde muito cedo entendia que sua existência não tinha nenhuma importância. Que sua vida não passava de um peso, uma desonra para sua “pobre mãe”. Mas Mariam acreditava ter um pai que a via de maneira carinhosa e amável. Não tardou a entender que este mesmo pai, gentil e bondoso, poderia levá-la a um caminho nunca antes imaginado e quando pode perceber se encontrava, aos 14 anos, casada com Rashid. Mariam aos poucos percebia qual era o seu destino e seguiu com seu esposo para Cabul, capital do país.
Na mesma cidade de Cabul viviam Laila e Tariq. Duas crianças criadas bem diferentes de Mariam, mas que se encontraram unidas pelo desespero trazido com a guerra. Tariq e Laila não conseguiam esconder uma grande paixão. Mas, a guerra não tem ouvidos para histórias de amor, sonhos e esperanças. E, assim, sem esperança alguma Mariam e Laila estavam juntas. Juntas sofreram e desacreditaram na possibilidade de verem campos verdes e jardins. Mas, um dia “A cidade do sol” reapareceu e a história, enfim, poderia ser diferente. O sol talvez voltasse a brilhar e aquecer. E a guerra? Esta continuava barulhenta, insensata e covarde.
Khaled Hosseini nasceu em Cabul, Afeganistão, e mudou para os Estados Unidos em 1980. É autor do best-seller “O caçador de pipas”, lançado em 2006.
Quando ouvimos falar em guerra nos surge uma vaga idéia de cidades destruídas, famílias separadas e um futuro incerto. Assim são nossas concepções sobre guerras, geralmente distantes. Distantes o suficiente para que possamos continuar nossas vidas do mesmo jeito, com a mesma rotina. Mas a guerra pode mudar e muito a vida daqueles atingidos por suas mãos cálidas e impiedosas. E, é por estas falamos sobre “A cidade do sol”, de Khaled Hosseini, lançado no ano de 2007. O livro apresenta um retrato da vida em guerra no Afeganistão, desde 1980 aos anos de 2003, tratando também da questão dos refugiados afegãos que se instalam em regiões vizinhas como o Paquistão e o Irã.
É essa guerra que mudou a vida de Mariam. Uma pessoa que desde muito cedo entendia que sua existência não tinha nenhuma importância. Que sua vida não passava de um peso, uma desonra para sua “pobre mãe”. Mas Mariam acreditava ter um pai que a via de maneira carinhosa e amável. Não tardou a entender que este mesmo pai, gentil e bondoso, poderia levá-la a um caminho nunca antes imaginado e quando pode perceber se encontrava, aos 14 anos, casada com Rashid. Mariam aos poucos percebia qual era o seu destino e seguiu com seu esposo para Cabul, capital do país.
Na mesma cidade de Cabul viviam Laila e Tariq. Duas crianças criadas bem diferentes de Mariam, mas que se encontraram unidas pelo desespero trazido com a guerra. Tariq e Laila não conseguiam esconder uma grande paixão. Mas, a guerra não tem ouvidos para histórias de amor, sonhos e esperanças. E, assim, sem esperança alguma Mariam e Laila estavam juntas. Juntas sofreram e desacreditaram na possibilidade de verem campos verdes e jardins. Mas, um dia “A cidade do sol” reapareceu e a história, enfim, poderia ser diferente. O sol talvez voltasse a brilhar e aquecer. E a guerra? Esta continuava barulhenta, insensata e covarde.
Khaled Hosseini nasceu em Cabul, Afeganistão, e mudou para os Estados Unidos em 1980. É autor do best-seller “O caçador de pipas”, lançado em 2006.
Boa Leitura!
"Amor é prosa, sexo é poesia"
Nostálgico, exaltado, corriqueiro... Assim se apresenta “Amor é prosa sexo é poesia: crônicas afetivas” de Arnaldo Jabor, lançado em 2004, pela Editora Objetiva. O mesmo incansável cineasta e crítico político apresenta, nas 193 crônicas do livro, textos recheados de bom humor e sarcasmo.
Seja nas crônicas sobre bumbuns, chatos, ou ainda sobre os hippies e os dias melhores que nunca vem, Jabor se inclui na história em questão e transforma tudo em um relato pessoal. E assim, participando do enredo, transforma as crônicas em muito mais que um texto bem escrito e com boas sacadas, mas principalmente dá vida e forma ao conteúdo descrito.
De maneira audaciosa, o autor apresenta o que é o amor e o que é o sexo na vida destes indivíduos carentes de atenção e de valores. Assim, segue abaixo um pequeno trecho da crônica, também intitulada, “Amor é prosa, sexo é poesia”:
“O amor tem jardim, cerca, projeto. O sexo invade tudo. Sexo é contra a lei. O amor vem depois. O sexo vem antes. O amor sonha com grande redenção. O sexo só pensa em proibições. Amor é casa; sexo é invasão de domicílio. Amor é o sonho por um romântico latifúndio; o sexo é o MST. Amor é um texto. Sexo é esporte. O amor vem de dentro, o sexo vem de fora, o amor vem de nós e demora. O sexo vem dos outros e vai embora. Amor é bossa nova; sexo é carnaval”.
São obras do autor: “Sanduíches de Realidade”, “A invasão das Salsichas Gigantes”, “Pornopolítica” e “Eu Sei Que Vou Te Amar”.
Boa leitura!
"Desarmando o Iraque"
Nem ficção, nem romance. Esta semana apresentamos o relato do chefe dos inspetores na ONU, Hans Blix. Ex-diretor geral da Agência Internacional de Energia Atômica e atual presidente da comissão Internacional de Armas de Destruição em Massa, Hans Blix coordenou todo o processo de inspeção realizado no Iraque no período de 2000 a 2003. São as experiências adquiridas nestes trabalhos que Blix descreve em “Desarmando o Iraque: inspeção ou invasão?”. Uma narração carregada de tensão e diplomacia.
Lançado em 2004 pela editora “A Girafa”, a obra de Blix oferece minuciosas informações das decisões tomadas nos bastidores do Conselho de Segurança da ONU no processo de inspeção realizado no Iraque. Todo este processo de inspeção realizado e instigado após os ataques de 11 de setembro aos Estados Unidos, surge a fim de apontar a existência ou não de armas de destruição em massa no país.
Muitos são os questionamentos expostos pelo autor sobre a necessidade dos Estados Unidos (e alguns países aliados) organizarem e efetivarem a invasão nas terras iraquianas. Dúvidas estas alimentadas durante as 397 páginas do livro.
“Desarmando o Iraque: inspeção ou invasão?” revela um mundo ditador, cheio de temores e incertezas. Um mundo à espera de (apenas) uma confirmação: guerra ou paz? E, como cita o autor: “a guerra não era inevitável, mas uma clara possibilidade”.
Boa leitura!
“Meninos em guerra”
“Esta não é uma história fácil de ouvir, nem de contar. Mas é uma história que precisa tanto ser ouvida como contada”.
O trecho acima faz parte do livro “Meninos em guerra: história de amizade e conflito na África” escrito pelo consultor da ONU (Organizações das Nações Unidas) Jerry Piasecki e lançado em 2006 pela editora Ática.
O livro narra à história de Thomas e Deng, adolescentes africanos seqüestrados e obrigados a guerrilhar em nome da Frente de Resistência Democrática – FRD. Adolescentes que, assim como muitas outras pessoas de diferentes partes do mundo, vivem em guerra, muitas vezes sem saber o porquê. Guerra por vezes intitulada de “Santa”, mas que deixa marcas de sangue em pessoas inocentes, vítimas da ambição e do descaso social.
Através de Thomas e Deng o autor nos leva a conhecer outras crianças e adolescentes que perderam suas famílias e amigos e partiram para a guerra. Guerra sem restrição de idade, que não perdoa e não dá descanso. Guerra que transforma vidas e pessoas.
E, é essa guerra cruel e fria que Jerry Piasecki relata tão bem em “Meninos em guerra”. Impossível não temer e não sentir dor em meio ao relato no livro.
“Nós temos de fugir! – disse Thomas a Deng enquanto olhava o teto, tentando lembrar e esquecer de algumas coisas. – Se a gente ficar, vamos ter de morrer lutando ou de matar mais gente!”.
Boa leitura!
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