8.12.2010

O que é étnocentrismo?


“É uma visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas definições do que é existência”.
A resposta para a pergunta que intitula o livro “O que é etnocentrismo” é de Everardo Rocha. Formado em Comunicação Social, com mestrado e doutorado em Antropologia Social pelo Museu Nacional da UFRJ, Everardo apresenta a definição para o termo “etnocentrismo”. Que, de acordo com o autor, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença, reagirmos com estranheza, medo e hostilidade ao que é diferente.
Sob a perspectiva etnocêntrica existem grupos: o “meu” e o “outro”. O meu é o conhecido, que compreendo, interajo e me relaciono. O “outro” é, por sua vez, é o diferente e, por isso, assusta e gera incompreensão. Um exemplo elucidado pelo autor e que deixa ainda mais clara estas definições é a estória dos de um pastor que, após longo tempo de preparação, foi pregar junto a povos selvagens. Na chegada, este pastor entregou inúmeros presentes que havia comprado. Mesmo após distribuí-lo um índio pediu incansavelmente pelo seu relógio. O pastor, meio a contragosto, deu então o relógio. Dias depois, o índio chamou-o exultante para mostrar o que havia feito: no galho mais alto de uma grande árvore, estava o relógio entre os ornamentos preparados pelo índio. O padre tentou disfarçar o sorriso amarelo ao ver o seu relógio, agora sem função alguma, pendurado naquela árvore. Tempos depois, pouco antes de voltar ao seu povo, o padre precisava entregar aos seus superiores um relatório. E, pensando em como iria construí-lo, contemplou as paredes do seu escritório. Nelas, arcos, flechas, cocares e uma flauta. O pastor riu e lembrou do episódio anterior: “engraçado o que o índio havia feito com meu relógio”, finaliza a estória o autor.
Este exemplo mostra como age o etnocentrismo: o outro é que é diferente, e possivelmente errado, pois não combina com o meu grupo. Ou seja, o etnocentrismo passa exatamente por um julgamento do valor da cultura do “outro” nos termos da cultura do grupo “eu”.
Por isso a leitura vale a pena. Para repensarmos na construção social/cultural que estamos sempre dispostos a julgar. Lembrando que atitudes etnocêntricas podem, quando extremistas, levarem ao preconceito e este, já sabemos, é melhor evitar.

Boa leitura e até a próxima semana!

3 comentários:

Unknown disse...

Olá eu quero parabeniza-lo pelo conteúdo, pois estou corsando história, e tirei muito proveitodesse material.
O etnocentrísmo tem levado os seres humanos a se ditanciarem ainda mais uns dos outros, pois o etnocentrísmo, representa : O eu sei, eu posso, eu faço eu quero, eu sou melhor.

Unknown disse...

Olá meu nome é Amaro eu quero parabeniza-lo pelo conteúdo, pois estou corsando história, e tirei muito proveitodesse material.
O etnocentrísmo tem levado os seres humanos a se ditanciarem ainda mais uns dos outros, pois o etnocentrísmo, representa : O eu sei, eu posso, eu faço eu quero, eu sou melhor.

Anônimo disse...

Matou o português